OS PAIS AO SERVIÇO DA EDUCAÇÃO


POSIÇÃO DA APEAVES SOBRE A ATIVIDADE DE ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO

06-10-2015 23:53

Para nós, Pais e Encarregados de Educação, são importantes todas as atividades (onde incluímos a Adaptação ao Meio Aquático) que sejam desenvolvida tendo como primeiro e único objetivo o interesse da Criança, ou seja, atividades que do ponto de vista social e pedagógico Lhe confiram as necessárias competências para uma vivência salutar e bem sucedida.

Sobre o tema em epígrafe já tinha esta Associação conhecimento da posição do Conselho Pedagógico do Agrupamento e tomou hoje conhecimento de um comunicado que a Autarquia enviou aos Pais e Encarregados de Educação.

Mais uma vez lamentamos que os Pais, Encarregados de Educação e sobretudo os Alunos, enquanto utentes do Serviço Público de Educação, sejam envolvidos num diferendo que não criaram, não promoveram, não alimentaram, não desejam que exista e acreditam que poderia e deveria ter sido evitado.

Para nós, Pais e Encarregados de Educação, e conforme decorre da Legislação, o Conselho Pedagógico do Agrupamento de Escolas tem competência para avaliar, de forma autónoma e sem qualquer tipo de pressão, o impacto que uma determinada atividade tem no Processo de Aprendizagem dos Alunos e propôr as necessárias as alterações que considere necessárias. Assim, os pareceres emanados do Conselho Pedagógico devem ser validados e tidos em boa conta por quem tem responsabilidades de Gestão na área da Educação, seja a nível local seja num âmbito mais alargado.

E recordamos que a posição do Conselho Pedagógico sobre esta atividade é do conhecimento da Divisão de Educação da Autarquia, pelo menos desde Maio de 2015 (momento em que o tema foi abordado aquando do último Conselho Municipal de Educação), o que nos permite concluir que não terá sido promovido o tão necessário diálogo entre as partes antes de se tomarem decisões e se informarem os Pais e Encarregados de Educação sobre as datas previstas para a atividade de Adaptação ao Meio Aquático.

Acresce a tudo isto que nunca a APEAVES ouviu qualquer Estrutura do Agrupamento promover o fim da Atividade de Adaptação ao Meio Aquático. O que a APEAVES tem constatado e que o Agrupamento defende, são alterações pontuais no funcionamento da Atividade, com o único propósito de defender os interesses dos Alunos. Portanto, e para que fique muito claro, a Atividade de Adaptação ao Meio Aquático deve continuar, mas num horário e em moldes que não prejudiquem o Processo de Aprendizagem das Crianças, nem sejam susceptíveis de comprometer ou dificultar o trabalho daqueles que diariamente têm a responsabilidade de ajudar a educar os nossos filhos.

E esta nossa posição tem respaldo em queixas que nos chegam relativamente ao serviço:

  • Falta de Segurança na zona das bancadas onde as crianças aguardavam a sua entrada no tanque;
  • Falta de pessoal de apoio às crianças. Recordamos que a maioria delas precisa de ajuda para trocar de roupa;
  • O pouco espaço no tanque para que os alunos de uma determinada turma usufruam em simultâneo da atividade, sendo que o grupo que aguarda a sua entrada no tanque fica com vigilância reduzida;
  • O pouco tempo da atividade, dado que os grupos são separados (ex: aula de 40 minutos, usufruto  20 minutos cada grupo);
  • A inadequação da sala para atividade complementar (onde um grupo de crianças espera a sua vez para entrar no tanque), designadamente ao nível da existência de espelhos que comprometem a concentração das crianças, bem como a distância às instalações sanitárias que motiva que, caso uma criança necessite de ir à casa-de-banho e tenha de ser acompanhada pelo Educador, as restantes ficarão sozinhas;

Foi por isso com perplexidade que tomámos conhecimento da informação que a Autarquia hoje enviou aos Pais e Encarregados de Educação – um documento que configura uma tentativa de desautorização do Conselho Pedagógico do Agrupamento junto da DGESTE, contribui para um afastamento dos Pais em relação à Escola e, mais lamentável, numa desautorização do próprio Agrupamento de Escolas junto dos alunos, com todas as consequências daí resultantes no aspeto disciplinar. E não é isto que os Pais esperam de uma Instituição que tem intervenção na área da Educação!

Desejamos por isso que, no mais curto espaço de tempo, a Divisão de Educação da Autarquia e o Agrupamento de Escolas possam encetar um diálogo franco, aberto e que se traduza em claros benefícios para os Alunos, porque é por Eles e para Eles que a Escola existe e não para a defesa de interesses políticos, profissionais ou outros que em nada contribuem para incrementar a qualidade do Serviço Público de Educação.

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